5 de julho de 2007

Amen, brothers and sisters!

"As santas que conheci não se preocupavam com sê-lo. E, em comum, o passar pelo mundo com uma grande naturalidade e alegria como se nunca tivesse havido lei nem moral. Sem pensar, cada uma delas dava mais amor do que o sol luz." Christian Bobin, Ressuscitar (obrigado Margarida)

Apesar de cristão católico, muitas vezes sinto e exprimo uma grande crítica em relação à Igreja, por várias razões, embora diferentes das razões frequentes da opinião pública. Não por questões que tenham a ver com preservativos, celibato dos padres, sacerdócio de mulheres, mas por razões que têm a ver com a origem e o fim da vida cristã: o amor, que muitas vezes não se vê nos membros da Igreja.

Mas o Senhor tem vindo a ensinar-me como lidar com isso. Primeiro, mostrou-me que a crítica e o perdão não se podem separar, mas que é bom que estejam sempre juntos. Depois, mostrou-me que os padres, os bispos, e toda a Igreja, perante a enormidade de Deus, são como um conjunto de adolescentes bem intencionados e desajeitados, que não têm uma consciência total do que estão a fazer, ajudando-me assim a perdoar mais facilmente.

Finalmente, fez-me tomar consciência da minha incoerência: se eu tenho conseguido encontrar Deus apesar dos ambientes pouco propícios a esse encontro, como eles; se ainda não O conheço bem, mas só um bocadinho, como eles; e se muitas vezes não ajo em conformidade com aquilo em que acredito, como eles... então por que me irrito tanto com eles?

Hallelluia! :)

7 comentários:

n disse...

Comigo acontece descarregar mais para o exterior aquilo que mais me irrita em mim.

Inês disse...

hummm, eu não devia comentar este post, mas vou tentar ser muito comedida... (já estou para aqui a escrever e a apagar, pq estes temas despertam em mim alguma agitação...:)
aproveito, por isso, uma frase tua que achei deliciosa:
"os padres, os bispos, e toda a Igreja, perante a enormidade de Deus, são como um conjunto de adolescentes bem intencionados e desajeitados, que não têm uma consciência total do que estão a fazer(...)"
(assim, poupas-me criticar a Igreja!:)
eu não sei se Deus existe ou não, mas sinto e sei que a nossa existência não é gratuita. eu vejo o mundo como um lugar divino, porque encontro milagres ao virar de cada esquina. e acredito que somos uma parte inteira do universo e que caminhamos, com os outros corpos e almas que moram nesta Casa maravilhosa, de encontro ao Amor a tudo, que é a única forma que conheço de comunhão...*

- disse...

Inês, não percebi bem o q queres dizer com a nossa existência não ser gratuita. Mas acho muito giro o facto de me rever muito naquilo em que acreditas, e ser cristão. Na minha maneira de ver as coisas, a tua fé e a minha são quase a mesma.

Não devias comentar este post porquê? :p mas obrigado pela consideração. Continua a enriquecer este blog *

Anónimo disse...

quando alguém nos irrita, às vezes pode valer a pena determo-nos sobre o que realmente nos perturbou. às vezes a resposta esta dentro de nós e não no outro. revejo-me imenso nessa tua reflexao. quanto à igreja, que tambem sou, vasta, que pontas lhe conheces? quantas das suas maos, coracoes e oracoes, espalhadas pelo ocidente, oriente, ilhas, aldeias, cenarios de guerra e familias, pobres, ricos e pecadores conheces? quanto do verdadeiro pensamento, graça e ensinamentos leste, viste e ouviste? quem é para ti a igreja?
a mim, a grande caracteristica apaixonante desta igreja humana que tambem sou, é constatar q o seu fundador é o que conhece melhor toda a sua fraqueza-a nossa fraqueza- em pormenor, e é curiosamente, o que mais a ama, e mais a ela se entrega. Nela descobri-O. Nela O recebo, como a tal videira recebe a seiva, e foi Ele que escolheu assim (eu n teria, provavelmente - anjos diligentes pareciam-me mais eficazes) E só quem ama transforma.

- disse...

Eu já pensei no que é que me perturbou, e já percebi: foram ensinamentos tidos como verdadeiros q descobri não serem verdadeiros, e q me fizeram sofrer inutilmente, pq não eram verdadeiros. Isso não pode ser bom...

Quanto a descobri-lO, eu descobri-O dentro E fora da Igreja, e muitas vezes na Igreja não O encontrei. Para se poder amar e transformar, primeiro é preciso aceitar o que está mal.

filipa disse...

não, primeiro amas, depois aceitas o que está mal. o segundo não é possivel sem o primeiro. é o que jesus faz contigo. :) um beijo grande

- disse...

hmm... e é possível o primeiro sem o segundo? não sei qual vem primeiro, seja como for, é preciso aceitar o q está mal, era só isso q tava a dizer. bj :)