30 de junho de 2007

AAHHHH!!!

8 horas em frente ao computador para entregar um trabalho... e os pássaros lá fora, e o verde das árvores a abanar levemente ao vento, e a luz do sol a ficar gradualmente mais pálida até eu ter perdido este dia... que infeliz que eu sou ;)

(tou a brincar, até parece mal dizer isto, com tanta infelicidade que há por aí)

28 de junho de 2007

Vidas

Às vezes tenho coisas pra dizer, como hoje. Por isso resolvi nos ultimos tempos voltar a ter um blog, depois duma curta experiência no ano passado.

Hoje estive com os sem-abrigo, numa noite de oração, partilha de vidas e de mantimentos, que acontece uma vez por mês. As pessoas com quem estou lá fazem-me pensar. Há qualquer coisa de relativo em toda esta situação: a deles, a minha... em que ponto poderemos assentar no meio dessa relatividade e encontrar aquilo que nos é comum? As coisas são mais simples do que as fazemos. A experiência humana é a experiência humana, não estamos todos tão longe uns dos outros como pensamos ou como aprendemos a pensar. Todos queremos alguem com quem estar, todos temos experiências de solidão, de separação dos nossos entes queridos, de desilusão, mas também todos temos experiências de prazer, de desejos, de plenitude. Por que não podemos então estar mais perto das pessoas por quem passamos na rua, já que temos tantas coisas em comum?

Também me atrai a crueza e a nudez de máscaras que se encontra lá. Parece que se cria um intervalo no tempo e no espaço, em que simplesmente se está. Está-se para além das teias construídas pela sociedade, está-se naquele momento, sem promessas falsas ou verdadeiras, sem planos pró futuro. Só estar com as pessoas. E parece tão verdadeiro viver assim! Quero estender essa sensação pró resto da minha vida.

Aqui no computador a pensar nessas coisas e a ouvir músicas que tenho praqui, encontrei uma da Françoise Hardy, a cantora que os meus pais ouviam quando eu era pequeno, e que nos acompanhava nas viagens, mais longas do que hoje em dia, nas férias de Verão. Que saudades de olhar pela janela a ver a paisagem passar, num carro a cheirar a estofos limpinhos, entregue à segurança duns seres mais velhos e mais sábios que tudo sabiam, num mundo cheio de promessas de aventuras interessantes e felizes. Agora já não parecem saber tudo, nem eles nem ninguém. Que saudades dos cantores que gravavam um rock harmonioso e limpinho em estúdios tonos, com óculos grossos e quadrados.