2 de dezembro de 2007

Dás cabo de mim. Se tudo fosse como tentam pintar, com coisinhas que tentam encaixar em prateleiras que tentam arrumar para dizerem que são isto ou aquilo... se eu precisasse das lentes que precisam e que se esforçam por engrossar para tapar a vista que não querem suportar... talvez também te quisesse arrumar e encaixar, pintar e engrossar. Mas não. Como é que não me vês? Tenho mesmo que trazer uma bandeira que não sou? Tens mesmo que meter na tua prateleira coisinhas que te digam o que queres que eu seja? Se vestisse a tua roupa ficavas satisfeita? Dás cabo de mim. Se pudesses largar os teus planos virtuais, as tuas lentes e prateleiras, vias-me como sou. Não tenho planos nem amanhãs. Não gosto de prateleiras e bandeiras, nem de quadros pintados por olhos apagados. Sou o que sinto. Venho despido, não vazio, mas não me vês à tua frente. E a ti, consegues ver? És linda de morrer, mas não sabes o que é viver. Dás cabo de mim.

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